Por que o Brasil perde tanto depois da colheita — e como a tecnologia pode virar esse jogo

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, mas enfrenta desafios significativos no pós-colheita. Estima-se que até 12% da produção de grãos seja perdida nessa etapa, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores e a segurança alimentar do país (IBGE, 2011). As causas das perdas pós-colheita As perdas ocorrem por diversos motivos, entre eles: […]
28 de maio de 2025

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, mas enfrenta desafios significativos no pós-colheita. Estima-se que até 12% da produção de grãos seja perdida nessa etapa, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores e a segurança alimentar do país (IBGE, 2011).

As causas das perdas pós-colheita

As perdas ocorrem por diversos motivos, entre eles:

  • Armazenamento inadequado: Altas temperaturas e umidade favorecem a proliferação de fungos e insetos (Embrapa);
  • Infraestrutura deficiente: Muitos armazéns ainda operam sem tecnologia de controle climático;
  • Manuseio incorreto: Processos mal executados na secagem e transporte reduzem a qualidade dos grãos.

O impacto econômico é expressivo

A safra brasileira de arroz em 2023 foi de 10,3 milhões de toneladas (IBGE, 2023). Uma perda de 12% equivale a mais de 1 milhão de toneladas desperdiçadas — o suficiente para alimentar milhões de pessoas.

Além disso, essas perdas afetam diretamente o lucro dos produtores, especialmente os de médio e pequeno porte, que operam com margens apertadas.

Resfriamento artificial: a tecnologia que vira o jogo

Diferentemente de métodos tradicionais, o resfriamento artificial reduz rapidamente a temperatura da massa de grãos, independentemente das condições externas de temperatura e umidade. Segundo estudo da UNESP, o resfriamento:

  • Diminui a atividade metabólica dos grãos, retardando o envelhecimento;
  • Reduz significativamente fungos e insetos, mesmo sem uso de defensivos químicos;
  • Preserva o valor nutricional e comercial dos grãos (SciELO, 2014).

A temperatura ideal para o armazenamento é de até 25 °C, com umidade relativa do ar abaixo de 70% (Embrapa). Acima disso, o risco de infestação aumenta exponencialmente.

Sustentabilidade e menos defensivos

Além de proteger o grão, o resfriamento reduz a necessidade de pesticidas, o que representa economia e também menor impacto ambiental. Isso é especialmente importante em um cenário de consumo mais consciente e exigente quanto à rastreabilidade e segurança dos alimentos (UFPel, 2022).

Conclusão

Investir em tecnologia de resfriamento no pós-colheita é mais do que uma escolha técnica: é uma decisão estratégica. Reduzir perdas, melhorar a qualidade do produto e atender às demandas do mercado interno e externo são passos fundamentais para manter o Brasil competitivo no cenário global do agronegócio.

O futuro do agro também se mede em graus Celsius.

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